Marilena Chauí
Professora de Filosofia da USP
"O
livro é um mundo porque cria mundos ou porque deseja subverter este
nosso mundo", considera a doutora em Filosofia Marilena Chauí.
Eu
costumo falar no esplendor do livro porque ele abre para mundos novos,
ideias e sentimentos novos, descobertas sobre nós mesmos, os outros e a
realidade. Ler, acredito, é uma das experiências mais radiosas de nossa
vida, pois, como leitores, descobrimos nossos próprios pensamentos e
nossa própria fala graças ao pensamento e à fala de um outro. Ler é
suspender a passagem do tempo: para o leitor, os escritores passados se
tornam presentes, os escritores presentes dialogam com o passado e
anunciam o futuro.
Fonte: Depoimento feito ao site da Livraria Cultura em 2004.
Antonio Candido
Crítico literário e ex-professor de Teoria Literária na USP
As produções
literárias, de todos os tipos e todos os níveis, satisfazem necessidades
básicas do ser humano, sobretudo através dessa incorporação, que
enriquece a nossa percepção e a nossa visão do mundo. [...]. Em todos
esses casos ocorre humanização e enriquecimento, da personalidade e do
grupo, por meio de conhecimento oriundo da expressão submetida a uma
ordem redentora da confusão.
Entendo aqui por
humanização (já que tenho falado tanto nela) o processo que confirma no
homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da
reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o
afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o
senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o
cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade
na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza,
a sociedade, o semelhante.
Fonte: CANDIDO, Antonio. Direitos humanos e literatura. In: ___.
Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2004.
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